Segunda-feira, 22, tive a oportunidade de participar da 2ª Parada Poética, um sarau no Bar do Zara, em Americana. Mas não fui eu quem declamou poesias e, sim, meu pai, Luiz Alexandre, um apaixonado por literatura.
Recitou duas, ambas de Augusto dos Anjos: O lamento das coisas e Vandalismo, que transcrevo a seguir.
O bar estava lotado. Como é lindo ver reunidas pessoas que gostam de poesia, de literatura de modo geral. Crianças, jovens e senhores declamando seus próprios poemas e de outros poetas.
Algumas fotos estão logo abaixo:
Vandalismo – Augusto dos Anjos
Meu coração tem catedrais imensas,
Templos de priscas e longínquas datas,
Onde um nume de amor, em serenatas,
Canta a aleluia virginal das crenças.
Na ogiva fúlgida e nas colunatas
Vertem lustrais irradiações intensas
Cintilações de lâmpadas suspensas
E as ametistas e os florões e as pratas.
Como os velhos Templários medievais
Meu coração tem catedrais imensas,
Templos de priscas e longínquas datas,
Onde um nume de amor, em serenatas,
Canta a aleluia virginal das crenças.
Na ogiva fúlgida e nas colunatas
Vertem lustrais irradiações intensas
Cintilações de lâmpadas suspensas
E as ametistas e os florões e as pratas.
Como os velhos Templários medievais
Entrei um dia nessas catedrais
E nesses templos claros e risonhos…
E nesses templos claros e risonhos…
E erguendo os gládios e brandindo as hastas,
No desespero dos iconoclastas
Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!