Cândido Portinari é um dos meus artistas preferidos. Desde quando eu dava aulas sua pintura me impressiona. Tanto que por várias vezes trabalhei com alguns de seus quadros com os meus alunos. Lembro que Futebol foi um deles. Os retirantes foi outro. E Café.

Sábado passado, visitei a exposição “No ateliê de Portinari” no MAM, em São Paulo (quem puder, não perca, vai até o domingo, dia 11).
Foi emocionante ver pessoalmente – foi a primeira vez que fui a uma exposição dele – os quadros que antes eu só tinha visto em livros.
Fiquei imaginando suas mãos trabalhando as mãos do pai que carrega o filho morto em “Criança Morta”.

Aqui, é a foto do esboço feito por ele, não se podia tirar fotos do quadro original.

Mas busquei na internet a reprodução para vocês verem. É impressionante:

Li num livro que Portinari, quando criança, impressionava-se com os retirantes nordestinos que chegavam a Brodósqui, cidade no interior de São Paulo onde nasceu. Eram pessoas sofridas, passando fome.
Notem as lágrimas que escorrem exageradas nos rostos. A cor do quadro, a dor e o sofrimento escapando da tela.
Fiquei durante vários minutos na frente dele. Incrível, parecia que ele não queria que eu saísse dali. Aquele quadro me fisgou completamente.
Acho que é por isso que admiro tanto esse pintor, preocupado com temas que nos afligem. Um pintor brasileiríssimo, que morreu aos 59 anos intoxicado pelas tintas. Mesmo doente, jamais deixou de pintar.
Veja algumas fotos dos quadros em exposição:

Ronda infantil, 1932

Crianças brincando, 1940

Mulher e crianças, 1940

As moças de Arcozelo, 1940


Vale a pena você conhecer as obras desse artista maravilhoso. Você vai adorar e ficar fã de Portinari. Como eu.