Nesta semana, fui à Estação Pinacoteca, em São Paulo, ver uma coisa e acabei vendo outra. Fui por causa da Exposição da Imprensa Oficial, “Um convite à leitura”. Apenas em alguns livros do acervo a gente pode mexer, virar pra cá e pra lá, olhar dentro, ler um pouquinho. Livro pra mim, precisa ter o toque. Avistá-lo numa prateleira e ver a capa, ler ao lado sobre o que se trata, nunca foi o suficiente. Por isso não me encantou.

Mas duas exposição fantásticas mexeram muito comigo:

Elifas Andreato As cores da resistência. Maravilhoso o trabalho desse artista! Artista gráfico, ilustrador e diretor de arte; pintor e escultor; capista de discos, livros, revistas e jornais; cenógrafo, roteirista e diretor de shows e programas de TV; cartazista e cenógrafo teatral; militante de movimentos sociais; jornalista e editor. UFA!


O quadro acima foi produzido para uma exposição comemorativa do centenário de nascimento de Pablo Picasso, em 1981. Elifas (citando Guernica, de Picasso), denuncia o assassinato do jornalista Vladimir Herzog nas dependências do DOI-Codi do II Exército, em São Paulo.

A exposição vai até o dia 10 de outubro.

A segunda foi:

Memorial da Resistência.


O prédio da Estação Pinacoteca hoje já foi ocupado pelo DEOPS/SP (Depto. de Ordem Política e Social) de 1940 a 1983, quando finalmente foi extinto.
Esse memorial foi possível a partir das memórias daqueles que resistiram. Dessa forma, as novas gerações podem encontrar ali as informações sobre o que foi a repressão. A preservação de tudo isso é necessária para que possamos valorizar os princípios democráticos, o respeito às diferenças e nos conscientizarmos sobre os direitos humanos.

Corredor de sol: “A vinda ao corredor era uma vez por semana, por uma hora, uma cela de cada vez. Mas nem todos vieram.”


“O memorial da Resistência propõe-se, acima de tudo, ser um tributo a todos os que, imbuídos do ideal de justiça e democracia, lutaram e lutam contra a opressão.”

Penso que não devemos nos esquecer de certas coisas como uma forma de não permitir que elas tornem a acontecer.

Até 01 de dezembro de 2015, na Estação Pinacoteca:
Largo General Osório, 66, centro, São Paulo.