No mês passado estive no Edifício Martinelli, o 1ª arranha-céu de São Paulo, com 30 andares e 130 metros de altura, que agora foi aberto ao público para visitação monitorada. Ele foi projetado e arquitetado por seu proprietário, o italiano Giuseppe Martinelli e inaugurado em 1929. Para mim, teve um sabor especial, principalmente por causa do livro O último mamífero do Martinelli (1995), do escritor Marcos Rey, que eu admiro muito. Tenho várias obras dele, tanto para o público juvenil quanto adulto. Seus romances, ambientados na São Paulo dos anos 50, 60, são deliciosos de ler. Sou uma superfã. Infelizmente, sua produção terminou em 1999, data de sua morte, aos 74 anos. Deixou-nos personagens marcantes, de todos os tipos. Seus livros continuam sendo relançados e são sucesso de público até hoje.
Enfim, depois de uns bons anos, reli O último mamífero do Martinelli para a minha visita ficar mais emocionante. E ficou. Imaginei-me seu personagem, um homem solitário que buscava refúgio no edifício, fechado há algum tempo aguardando reforma (entre as décadas 60 e 70, época de sua decadência, o prédio foi invadido, servindo para pequenos comércios, ponto de venda de drogas, contrabando, e por aí vai, até que os invasores foram retirados pela prefeitura e o prédio reformado e entregue em 1975). Seu personagem, procurado pela polícia, na época da ditadura, vai morando lá, encontrando objetos nos apartamentos que lhe rendem algum dinheiro para a sobrevivência. Faz relação dos objetos aos possíveis antigos moradores, acaba vendo nisso mais que um passatempo detetivesco para os seus dias de solidão, mas também um prazer.
Esta é a Casa do Comendador, no 26º andar, onde morava o senhor Giuseppe Martinelli. Contam que ele construiu a sua casa no alto para que ninguém duvidasse da segurança do edifício. Aqui, o piso de mármore carrara, trazido da Itália, na época, é original. Na foto, eu e o Jo. Quem é que não se imaginaria o próprio personagem de Marcos Rey nas suas pesquisas pelo edifício? “Marcos Rey vive infinitamente em todas as suas obras.”
Enfim, depois de uns bons anos, reli O último mamífero do Martinelli para a minha visita ficar mais emocionante. E ficou. Imaginei-me seu personagem, um homem solitário que buscava refúgio no edifício, fechado há algum tempo aguardando reforma (entre as décadas 60 e 70, época de sua decadência, o prédio foi invadido, servindo para pequenos comércios, ponto de venda de drogas, contrabando, e por aí vai, até que os invasores foram retirados pela prefeitura e o prédio reformado e entregue em 1975). Seu personagem, procurado pela polícia, na época da ditadura, vai morando lá, encontrando objetos nos apartamentos que lhe rendem algum dinheiro para a sobrevivência. Faz relação dos objetos aos possíveis antigos moradores, acaba vendo nisso mais que um passatempo detetivesco para os seus dias de solidão, mas também um prazer.
Esta é a Casa do Comendador, no 26º andar, onde morava o senhor Giuseppe Martinelli. Contam que ele construiu a sua casa no alto para que ninguém duvidasse da segurança do edifício. Aqui, o piso de mármore carrara, trazido da Itália, na época, é original. Na foto, eu e o Jo. Quem é que não se imaginaria o próprio personagem de Marcos Rey nas suas pesquisas pelo edifício? “Marcos Rey vive infinitamente em todas as suas obras.”
Quem gosta de história e arquitetura (também literatura!) não pode perder. As visitas ao Edifício Martinelli são agendadas através do site:
http://www.prediomartinelli.com.br/visitas.php
http://www.prediomartinelli.com.br/visitas.php