Um dos primeiros livros lidos na minha infância, um dos poucos que ainda tenho até hoje, é o Patinho Feio, de Hans Christian Andersen. O estado amarelado das folhas, algumas delas com suas pontas comidas, seu desgaste natural de tanto virar e revirar, de tanto ler e me encantar, mostra quanto tempo faz que ele está comigo. É uma relíquia. 

É uma história que sempre me emocionava, principalmente por ver aquele patinho esvaindo-se em tristeza, sem uma família que o amasse. Como um pai e uma mãe podem rejeitar um filho? Eu sempre pensava nisso. Para dizer a verdade, de vez em quando ainda penso. 


                              Quem algum dia nunca se olhou no espelho e se sentiu péssimo?

                                       Quem é que não quis encontrar um elo nesse mundo?

Quem é que não quer ser aceito e amado?


Por ainda dizer tão diretamente sobre o que vai dentro da gente, a história continua encantando as crianças da mesma maneira com que me encantou. E vai continuar assim, por um longo tempo ainda.

Hans Christian Andersen nasceu na pequena cidade dinamarquesa de Odense, em 02 de abril de 1805. Diversos momentos de sua vida são retratados em O Patinho Feio: A infância pobre (era filho de um sapateiro e de uma lavadeira); a ida para Copenhague, na adolescência; os diversos nãos que recebeu ao tentar ser artista; o encontro com Jonas Collins, que lhe patrocinou os estudos. A partir daí, Andersen começou a escrever contos, romances e poemas. Ele foi o primeiro autor a criar textos para crianças. Antes, as publicações eram de histórias da tradição oral.

A data de seu aniversário, 02 de abril, foi escolhida como o Dia Internacional do Livro Infantil. O prêmio mais importante de literatura infantil é a Medalha Hans Christian Andersen. As escritoras brasileiras Lygia Bojunga e Ana Maria Machado fazem parte dos autores premiados.