O presidente Lula sancionou ontem a lei que obriga todas as escolas públicas e particulares a instalarem bibliotecas nas suas dependências. Essa lei determina um prazo máximo de 10 anos para isso acontecer e que o acervo deverá ser, pelo menos, de 1 livro por aluno. Isso é bom, claro, já que a intenção é democratizar o acesso ao livro. Mas não devemos esquecer que outras políticas também precisam ser colocadas em prática: a construção da própria biblioteca, por exemplo. Escolas muito carentes, que não dispõem do espaço físico, vão fazer como? Estive em uma escola onde a biblioteca era num contêiner improvisado. As professoras reclamaram dizendo que quando chovia muito, os livros acabavam se estragando. E a compra desse 1 livro por aluno? Não é só o governo que tem que se mexer. As escolas recebem verbas federais para a compra de livros. Sendo assim, como é que várias delas estão tão defasadas? Claro que não é difícil usar essa verba para a compra de outro tipo de material. O caso é que os livros, as bibliotecas devem ser valorizados por todos – governantes, educadores, pais, alunos. Valorizar o livro é nossa obrigação.
Alunos na biblioteca da Escola Agrícola Pe. Lino Gottardi, em Limoeiro do Norte, Ceará, que, mesmo enfrentando dificuldades prioriza o desenvolvimento de projetos que incentivam a leitura e multiplicam leitores.
Ando feliz com meu livro Janelas de dentro. Um tempo atrás, falei que ele foi selecionado para fazer parte do catálogo internacional da editora a fim de ser apresentado na Feira de Bologna, na Itália. A Eli, da FTD, me contou que foi um dos livros que mais chamou atenção das editoras de outros países e que, inclusive, será feita a sua versão para o inglês, já que uma editora se interessou por ele. As negociações são lentas, mas tudo isso é maravilhoso porque, além de tudo, nossos trabalhos vão se despontando lá fora. Ele também está inscrito para o Prêmio Jabuti deste ano. Estou na torcida!!!