Livro “Perseguição”, da escritora Tânia Alexandre Martinelli, conta a história de dois alunos vítimas de bullying.
Bruna Castelo Branco
Da Equipe de O Estado
Apelidos engraçados e brincadeiras que expõem uma pessoa ao ridículo. Piadinhas de colegas e, até mesmo, de alguns professores são situações comuns ao universo escolar. O único problema é quando essa competição deixa de ser apenas uma situação desagradável e passa a atrapalhar a rotina das vítimas. Queda no rendimento escolar, vontade de mudar de escola e dificuldade em fazer novas amizades podem ser sintomas perceptíveis nas vítimas do bullying, um drama real vivido por várias crianças e adolescentes do mundo e que, no Brasil, acentuou-se nos últimos meses.
O assunto é o tema central do livro juvenil “Perseguição” de Tânia Alexandre Martinelli, lançado pela editora Saraiva. Focada no universo de adolescentes como festas de formatura, amizades virtuais e primeiros namorados, a obra narra a história de dois alunos vítimas de bullying, Leo e Malu.
Tímido e gordinho, Leo recebe vários apelidos como leitão, gordo e outros. Malu é uma aluna dedicada, mas sofre com os comentários sobre a sua beleza, seus cabelos e, também, com a exclusão, forma encontrada pelas “garotas populares” para se vingar da “CDF”. Em um determinado momento, a provocação chega a ser mais inconveniente, presente em sites e em mensagens no celular da garota.
A intenção da obra é mostrar como a agressividade simbólica pode interferir na formação futura da pessoa, seja pelo lado emocional ou profissional e acaba sendo um alerta importante para os adolescentes. Enquanto Malu quer se tornar uma militante no assunto, o que será que aconteceu com Leo? Será que ele conseguiu superar?
Escrito de forma leve e contextualizando o problema em um ambiente que eles conhecem bem, o livro torna-se mais um canal de conscientização de um tema que sempre existiu na escola, mas que, hoje em dia, adquiriu formas mais violentas de agressão e exposições públicas. Na ficção, são narrados dois modos de lidar com a situação. E você, o que faria?
(Publicado no jornal O Estado do Maranhão, Seção Especial, em 03/12/09)