QUARTA-FEIRA, 18:
Passei a manhã, e também parte da tarde na Bienal, conversando com um, conversando com outro. Bastante gente por lá, muitas escolas. Bom, eu achava que era bastante gente. Ainda não tinha visto nada.
Passei a manhã, e também parte da tarde na Bienal, conversando com um, conversando com outro. Bastante gente por lá, muitas escolas. Bom, eu achava que era bastante gente. Ainda não tinha visto nada.
A palestra das 15:00h, no Salão de Ideias, foi com dois escritores que admiro muito: Rodrigo Lacerda e Jorge Miguel Marinho. Já conheço os livros do Jorge Miguel Marinho há muito tempo, fiquei sua fã com “O Cavaleiro de Tristíssima Figura”, livro que li há uns 10 anos mais ou menos. Outro maravilhoso, “Lis no Peito, um livro que pede perdão”.
Já a literatura de Rodrigo Lacerda conheci no ano passado com “O Fazedor de Velhos”, que me encantou. Tanto, que em seguida comprei seu romance “Outra Vida”, que ainda estou lendo. E gostando!
Foi muito bom tê-los ouvido falar!
Um pouco antes, quando estava a caminho da palestra, que surpresa boa! Deparei-me com um Perseguição ampliado exposto no estande da Editora Saraiva. Não resisti, tirei foto e tudo. Adorei!
PEREGRINAÇÃO PARA VER A LYGIA
Sábado, 21.
Começou aqui, em Americana, quando nos informaram (a mim e a meu pai) que não havia mais passagens para o horário das 10:00h, apenas para às 12:00h. 12:00? Aí não dá tempo! Sorte, conseguimos um outro ônibus, às 10:30h, mas que passava por mais 2 cidades.
Chegamos em São Paulo quase às 13:00h! A fila para o ônibus que ia até a Bienal era imeeeeensa. Mas, ainda bem, estava tudo organizado, um ônibus a cada minuto e chegamos no Anhembi, às 13:15h.
Fomos ao Salão de Ideias, eu sabia que a senha começava a ser retirada duas horas antes (a palestra da Lygia Fagundes Telles estava marcada para às 17:00h), mas não custava perguntar se algo havia mudado. Não havia. O único detalhe é que a essa hora umas quatro pessoas já se encontravam na fila.
Eu e meu pai fomos comprar um lanche e um refrigerante (fila, fila, fila) e voltamos. Mais gente sentada no chão. Sentamos também, comemos nosso lanche, demos licença para as pessoas que queriam tirar foto com a Clarice (um painel lindo!) – a Clarice Lispector e o Monteiro Lobato foram os homenageados desta Bienal.
Três horas, retiramos as senhas. Fomos à Companhia das Letras – toda a obra da Lygia foi reeditada por esta editora – e esperamos mais um pouco na fila do caixa. Infelizmente, o autógrafo não foi possível, Lygia estava bem cansada.
Demos uma volta, a Bienal estava intransitável!, e às quatro horas, um pouco antes, voltamos para o Salão de Ideias – claro que já tinha gente esperando! – e lá ficamos até às cinco.
Portas abertas, sentamos na terceira fileira.
Vi a Lygia entrando, as pessoas se levantando, fotografando, ela sempre sorrindo, amável, linda. Posso dizer, sem dúvida alguma, que foi a palestra mais emocionante a que já assisti. Conhecer a Lygia Fagundes Telles, aos 87 anos, e ouvi-la falar com tanto amor de seus livros, de seus personagens, da dureza da despedida quando chegamos ao final de um livro (tenho que me incluir nessa tristeza) é, de fato, espetacular.
Com toda a sua humildade de estrela que é, disse-nos duas vezes uma frase de Monteiro Lobato: Que o escritor brasileiro morre pobre e ignorado. “Não sou rica, mas ignorada… Saio daqui com esperança, com o coração aquecido.”
Bravo, Lygia. Meu coração também.
Eu e meu pai, Luiz Alexandre. A chegada.
À esquerda, meu pai, apaixonado por livros, que sempre me motivou a ser leitora. À direita, Lygia se despedindo e, ainda assim, atendendo aos seus leitores, com carinho.
Escrevo para esquecer de mim mesma.
A entrevista da Lygia está disponível no youtube. Para assistir, clique aqui.